Santa Cecília completa 57 anos de Emancipação Política
No próximo domingo, 21 de junho o município de Santa Cecília estará completando 57 anos de emancipação Política.
Santa Cecília é uma cidade pequena, influenciada culturalmente pelos modos interioranos da fazenda, pelo caboclo serrano, oriundo da mistura do índio com os tropeiros e imigrantes europeus. O povo carrega traços da cultura tropeira, com influências paulistas e gaúchas. O modo mais rudimentar de vida da região serrana, especialmente na região do Contestado gerou, por muito tempo, a fama de que o povo local seria violento. Um rótulo ultrapassado.
A cidade tem uma rica história, localiza-se no belo planalto catarinense, de vastos pinheirais, em plena Serra Geral, sendo um dos municípios de clima mais frio em todo Brasil. Tanto o clima frio quanto a sua história de dificuldades sociais e políticas, contrastam com um povo muito humano, que ama muito sua terra e que recebe bem que ela visita.
História
O coração do estado de Santa Catarina, inicialmente habitado por índios das tribos Kaigang e Xoclengs, foi passagem dos padres Jesuítas, de Bandeirantes e de Tropeiros. O tropeirismo foi a atividade responsável pelo início do povoamento do local onde hoje está o município de Santa Cecília-SC, pois ali era ponto de parada dos mesmos ainda no século XVIII.
O povoamento mais intenso do Município de Santa Cecília, entretanto, teve início no Brasil Império, entre os anos de 1840 e 1855, quando houve a política de colonização do sul do Brasil, em que famílias oriundas, em sua maioria, da Alemanha, como Goetten, Arbegaus, Granemann, Gaudencio, Rauen, Hau, e Driessen, dentre outras, foram instaladas no território local pelo Capitão José Ferreira de Souza, o qual, no ano de 1840 recebeu do Governo Imperial uma “Sesmaria de Terras”, abrangendo a região compreendida entre o Rio das Pedras e o Rio Tamanduá, cujas margens serviam de pouso para os tropeiros que faziam o caminho Rio Grande do Sul – São Paulo (vice-versa).
O atual município de Santa Cecília nasceu na localidade denominada “Corisco”, que significa raio, a qual recebeu este nome em razão dos acidentes geográficos da região favorecendo precipitações meteorológicas e pluviométricas da natureza com grande frequência de descargas elétricas, responsáveis pela morte de um tropeiro e de seu cavalo, logo no início da atividade tropeira em 1732, tornando o local conhecido como “Corisco” (nome utilizado informalmente até o princípio do séc. XX). O nome Corisco consta nos mapas do tropeirismo desde o século XVIII. Depois que os tropeiros passaram a pousar no local, ali se criou um pequeno ponto comercial e de serviços aos tropeiros, que passaram a chamar o lugar, também, de “Pousinho” e em seguida de “Povinho”.
Com a chegada dos europeus, algum tempo depois, o povoado passou a ser chamado de Rio Corrrentes, quando foi elevado a categoria de “Freguesia” pela Lei Provincial Nº 713 de 22 de Abril de 1874. Já pelo Decreto Nº 49 de 24 de Fevereiro de 1891, foi transformado em Distrito da Paz, com denominação de “Santa Cecília do Rio Correntes” (graças à fé dos imigrantes europeus naquela santa, a padroeira do músicos). Já no século XX, o Distrito de Santa Cecília do Rio Correntes foi palco do maior conflito armado da história do sul do Brasil a “Guerra do Contestado”.
Em 31 de Março de 1938, pelo Decreto-Lei Estadual Nº 86, o Distrito foi levado a categoria de “Vila”, passando então a chamar-se somente “Santa Cecília”.
A transformação em Município ocorreu em 21 de Junho de 1958, quando a Lei Estadual Nº 348 foi aprovada, ocorrendo a instalação efetiva do Município em 05 de Agosto de 1958.
Economia
Há tempos atrás a Agricultura desempenhava papel importante na economia do município de Santa Cecília. Com o passar do tempo as lavouras de soja, feijão, milho, etc., foram cedendo espaço às vastas plantações de pinus, e mais recentemente eucalipto, que atualmente ocupam uma grande área de terra dentro da cidade e arredores, o que consequentemente transformou a madeira na principal fonte da economia municipal.
Além dos grandes reflorestamentos o município conta também com várias empresas madeireiras, serrarias, fábricas de placas e compensados, entre outros, que são as grandes fontes geradoras de emprego e renda do povo que aqui vive e trabalha, fortalecendo a madeira como ponto alto da nossa economia.
Também considerando a existência de alguns criadores de gado e suíno, que são industrializados e contribuem de maneira bastante significativa para economia do município, pode-se dizer que mesmo em menor intensidade, a agropecuária desempenha função relevante para o crescimento econômico de Santa Cecília.